Francisco de Assis um Xamã !!!
Francisco foi um yogi, um dos maiores. A palavra “yoga”, quando examinada em sua etimologia sânscrita, significa “união” (“união da alma com o Espírito”). Ninguém no meio cristão foi tão claro em relação à união de toda a vida, de toda a natureza, de todo o cosmos como Francisco de Assis. “Tudo na vida de Francisco exsuda o aroma, a ambrosia, o néctar da pura santidade. Francisco é a própria encarnação da ternura, seu maior epíteto. Mesmo em vida, magnetizava até os corações empedernidos pelo dogma, resgatando o sentido original, prístino, santo e alcantilado da vida e ensinamentos dos maiores iluminados de Ocidente e Oriente.”
Ele dialogou com o irmão pássaro, com o irmão vento, com o fogo, a água pura, com o lobo, com a vida em todas as suas formas e elementos (ele percebeu, tal qual um yogi, a imanência e a transcendência de Deus). Em êxtases de imarcescível amor pelo Uno (o Bem-amado de seu coração), Francisco passava noites em claro, aos prantos de amor. Quem pode amar assim? Quem pode chorar dia e noite pelo Invisível Inefável?
Quem pode derramar lágrimas de amor por Deus, pelo Espírito? Essa é a pergunta realizada por santos de Oriente e Ocidente. Quem chora por Deus? Quem O percebe como a Fonte maior de todas as verdadeiras alegrias, a Vida de toda a vida, o Prêmio maior, a paz, a alegria e abundância que o mundo não pode dar?
Somente um santo, somente aquele que descobriu no subterfúgio do ser a inefabilidade do Espírito pode, como ele, chorar “dia e noite, noite e dia” pelo Invisível Inefável.
Francisco, Francisco de Assis foi, entre os cristãos, o maior dos apóstolos após a era apostólica. Seu coração ardia de amor, tamanho amor, tamanha doçura, que era incapaz de viver a vida boêmia que um dia o levou.
Ao pronunciar o nome de Jesus, o Ungido da Galileia, Francisco espremia os lábios como se mel tivesse em sua boca. Quanta doçura! Ele foi, sem dúvida, a ternura em pessoa.
Sua vida frágil, seu corpo franzino, emaciado pelos intensos momentos de jejum, seu intenso amor, fazem de Francisco aquele que viveu “embriagado” pelo mais doce êxtase, “o vinho do místico¹” que não é destilado por mãos humanas, mas pelo Espírito em nosso interior ².
Ó Francisco, deixa-nos sorver uma gota do vinho que se derrama de teus lábios, e a alegria divina será incontida nos diminutos cálices de nossos corações.
O elixir da vida, o licor do amor divino, o vinho embriagador da divina ternura é a mesma Fonte eterna de água viva.
Salve Francisco de Assis!
Créditos: Prof. Alexandre Campelo.
Madrinha Celinha